Comunhão – parte 3

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O desejo do nosso Deus e Senhor é que sempre avancemos, que sempre nos aprofundemos nos preciosos fundamentos de Sua Palavra, para que o nosso aperfeiçoamento e desenvolvimento espiritual e ministerial se deem de maneira correta, sadia e perseverante.

Anteriormente, o Senhor já nos revelou algumas realidades espirituais. Por exemplo:
– Que temos que perseverar na comunhão.
– Que temos que andar no mundo como um único pão, como um único corpo, pois somos o corpo de Cristo na Terra.
– Que a comunhão com Deus implica na comunhão de uns com os outros.
– Que o nosso estilo de vida tem que levar o mundo a reconhecer que andamos com Jesus e que vivemos em comunhão com Ele.
– Que andar com Jesus Cristo e viver em comunhão com Ele implica também em andar e viver em COMUNHÃO com o Pai, com o Espírito Santo e uns com os outros.

Hoje, o Senhor ministrará para nós o seguinte fundamento: Para viver a comunhão é preciso andar na luz.
Vamos ler com atenção 1 João 1:1-10; 2:1-11

O apóstolo João, nos primeiros versículos, escreveu acerca do testemunho dos apóstolos em relação ao que ouviram, ao que viram com os próprios olhos, ao que contemplaram, ao que com as mãos apalparam, com respeito ao que era desde o princípio, a saber, ao Verbo da vida, ao Verbo que se fez carne e habitou no planeta Terra.
A vida eterna que estava com o Pai se manifestou em carne, e dela os apóstolos deram testemunho e a anunciaram.
Os apóstolos tinham e mantinham comunhão com o Pai e com Seu Filho, Jesus Cristo. Um dos objetivos desta carta é justamente para que os irmãos também se mantenham nesta comunhão.
É vivendo nesta comunhão que a nossa alegria será completa.

Qual a mensagem que da parte do Senhor os apóstolos ouviram e anunciaram? Que Deus é luz, e não há Nele treva nenhuma.

Em seguida, o apóstolo João faz uma série de afirmações:
– Se a mensagem é: Deus é luz, e não há Nele treva nenhuma, logo, quem diz que mantem comunhão com Ele e anda em trevas, é mentiroso e engana-se a si mesmo.
Se Deus nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do Seu amor, é claro que quem ainda está em trevas não tem comunhão com Ele.  Colossenses 1:13,14
– Se Deus é luz e está na luz, logo, aqueles que Ele libertou das trevas devem andar na luz, que é Deus.
Aqui, nos é revelado um fundamento, uma realidade espiritual: Para mantermos comunhão com Deus e uns com os outros, precisamos andar na luz.

Portanto, uma pessoa só pode estar na luz ou nas trevas.
Se uma pessoa está na luz, é membro do corpo de Cristo, da família de Deus.
Se uma pessoa está nas trevas, não tem nada em comum com Deus, pois em Deus não há treva nenhuma (1 João 1:5).  Que comunhão pode haver da luz com as trevas? Nenhuma (2 Coríntios 6:14).

A comunhão com Deus também exige que reconheçamos a nossa condição de pecadores.
Quando dizemos que não temos cometido pecado:
– Enganamos a nós mesmos.
– Nos tornamos mentirosos.
– E o pior, fazemos Deus mentiroso, e a Sua Palavra não está em nós.
Se queremos realmente viver em comunhão com Deus e uns com os outros, precisamos confessar os nossos pecados, primeiramente a Deus, e depois, uns aos outros.

O Senhor nos convida à comunhão.

Se não há comunhão com Deus, também não há com os irmãos.
Esta simples verdade nos ajuda identificar o que a comunhão no padrão de Deus não é:
– Comunhão não é simplesmente participar de cultos, células, reuniões, eventos, encontros, visitas etc.
O fato de irmãos estarem juntos, seja em que ocasião for, não significa que haja comunhão entre eles.
Sim, precisamos participar de tudo isso, mas em comunhão.
– Comunhão não é amizade.
Sim, podemos ter amizade com todos os irmãos, mas em comunhão.
– Comunhão não é envolver-se com um grupo de autoajuda.
Aliás, é impossível ao homem auto se ajudar, pois este é fraco e pecador.
– Comunhão não é participar de boas obras.
Sim, podemos participar de boas obras com meus irmãos, mas em comunhão.

Na verdade, não importa o tipo de envolvimento que há entre nós, desde que estejamos ligados com Deus e mantendo comunhão com Ele.
Se estou em comunhão com Deus, e vocês também, então, Ele nos une, nos conecta, para cumprirmos o Seu propósito.

Deus é luz. Para viver a comunhão é preciso andar na luz.

Nosso relacionamento com Deus deve ser na luz. Precisamos ser transparentes, sinceros, verdadeiros, não ocultar nada. Uma grande tolice é acreditar que se pode esconder algo de Deus.
Não há como ter acesso à presença de Deus com trevas, sombras, mentiras, coisas ocultas e embaçadas.
O que é andar nas trevas? Basicamente, é andar com coisas escondidas.
Andar na luz significa expor tudo de nós diante de Deus, confrontando nossa vida à Sua verdade. A responsabilidade desta ação é nossa.
É preciso se examinar, identificar as falhas e julgar a si mesmo.

Expomos nossas vidas diante de Deus confessando diante Dele os nossos pecados. Pecado tem nome.
Não há como andar na luz sem a necessidade de reconhecer e confessar os pecados.
A confissão leva nossa vida para a luz, e traz a luz para nossa vida.
A confissão nos expõe, o arrependimento, nos restaura.
A confissão nos mantém na luz com Deus e em comunhão uns com os outros.

Mas por que a confissão tem sido negligenciada na igreja?
Uma das razões é o medo, que tem feito muitos se esconderem uns dos outros.
No Jardim do Éden, o medo fez com que Adão se escondesse de Deus. Gênesis 3:10
Hoje, o medo é de ser julgado; de ser envergonhado; de ser rejeitado; de ficar marcado; de ter seus pecados publicados; de perder a posição, o título ou cargo; de perder a confiança dos demais; etc.
Por medo, alguns não trazem seus problemas para a luz, antes, decidem mantê-los no oculto, no escuro, nas trevas.
E na preocupação e no desespero em manter escondidas suas falhas, tornam-se críticos de tudo e de todos.
Geralmente se diz que todo crítico tem pecados ocultos. A crítica é sua cerca de proteção, seu mecanismo de defesa.
Uma das atitudes mais comum daqueles que não andam na luz é criticar os irmãos.
Agem assim para tirar o foco de sobre si e lançá-lo sobre os irmãos, e para justificar o seu afastamento da comunhão.
Quem age assim se considera melhor do que os irmãos.
Trata-se de uma clássica estratégia da alma, que tira o foco de si e lança sobre os outros, para não chamar a atenção para si e para as falhas que está escondendo

Mas este medo tem fundamento: A imaturidade dos relacionamentos da igreja.

A comunhão exige que andemos na luz.
Mas para permanecermos na luz é necessário que andemos em amor.
Sabemos que o maior mandamento é o amor, a Deus e ao próximo. Marcos 12:28-31.
Nada se aproveita se não houver amor. 1 Coríntios 13

Em que ambiente o medo floresce? Em um ambiente onde falta o amor.
Se alguém não se sente amado, não terá liberdade para abrir seu coração.
Vamos ler com atenção 1 João 4:15-21.

Penso que um dos nossos maiores desafios para permanecermos na luz, e consequentemente, manter a comunhão uns com os outros, é estabelecer entre nós um ambiente de amor, em nossas famílias e na igreja.
Em outras palavras, é obedecer ao mandamento que Jesus nos deu, de amarmos uns aos outros com o mesmo amor com que Ele nos amou (João 13:34). É este perfeito amor que lança fora o medo.

O apóstolo Paulo orava noite e dia, com o máximo empenho para, pessoalmente, reparar as deficiências da fé dos irmãos de Tessalônica; e também para que o Senhor fizesse crescer e aumentar o amor que tinham uns para com os outros e para com todas as pessoas, a exemplo do amor que ele, Silvano e Timóteo tinham por eles. 1 Tessalonicenses 3:10,12
Em sua segunda carta aos tessalonicenses, vemos que Deus estava respondendo as orações do apóstolo Paulo, pois a fé deles estava crescendo sobremaneira, e o mútuo amor de uns para com os outros estava aumentando. 2 Tessalonicenses 1:3

O amor é provado na luz. Este é um princípio.

Aquele que não ama a seu irmão, até agora está nas trevas. 1 João 2:9
Já aquele que ama a seu irmão, permanece na luz e nele não há nenhum tropeço. 1 João 2:10
Toda vez que a luz revela uma falha de um irmão, seja por confissão ou descoberta, todos os que estão ao redor, e também os que posteriormente acabam sabendo, seja através de comentário, de crítica ou de fofoca, são provados no amor.
Os que comentam, criticam e fofocam acerca de uma falha de um irmão, foram reprovados no amor.
Quem não está na luz, faz comentário, ou crítica ou fofoca sobre as falhas dos irmãos, quando na verdade, deveria fazer admoestações, como o Senhor nos ordenou a fazer na mensagem do dia 5 de dezembro de 2021: Aptos quanto às admoestações. Lembram-se?
As admoestações devem sempre ser feitas, primeiramente, em particular com o irmão faltoso.
Admoestar significa: Advertir amigavelmente, desejando sempre o bem da pessoa; censurar ou repreender alguém suavemente; aconselhar; incentivar ou estimular alguém a agir ou pensar de modo correto (obviamente que, para nós, o modo correto é sempre aquele que concorda com a Palavra de Deus); etc.

Todas as vezes que descobrimos um pecado de um irmão, seremos testados para saber se realmente andamos em amor.

Quando nos escandalizamos com o pecado de um irmão é porque, de alguma forma, fomos traídos por ele, o que não é verdade. Ou seja, fomos provados no amor e fomos reprovados; porque julgamos o nosso irmão, ao invés de amá-lo e ajudá-lo.
Você percebeu o quanto é difícil para alguém se escandalizar com os próprios pecados?
Por isso que há mais esperança para os que erram do que para os que julgam.

Meus amados irmãos, não nos tornamos pecadores quando cometemos pecados; pecamos porque somos pecadores.
Se nossos irmãos são pecadores, nós também somos.

Quando há comunhão, a vida de Deus flui através da vida dos irmãos.
Irmãos, precisamos da graça de Deus que flui da vida dos nossos irmãos.

Andar na luz é uma exigência para alcançarmos a comunhão espiritual.
É na comunhão espiritual que seremos curados e colocados em um outro nível de intimidade, com Deus e uns com os outros.
A minha comunhão com os irmãos é o reflexo da minha comunhão com Deus.
Portanto, tomemos urgentemente a decisão em colocar nossas vidas na luz. Que o Senhor nos ajude nesta tão importante e necessária decisão.

Ao nosso Senhor seja a honra, o poder eterno, a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém.

 

 

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