O Descendente de Abraão – Parte 2
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Recapitulando a parte 1:
Gálatas 3.16: Ora, as promessas foram feitas a Abraão e ao seu descendente. Não diz: E aos descendentes, como se falando de muitos, porém como de um só: E ao teu descendente, que é Cristo.
O Descendente de Abraão, tema desta mensagem, a quem o apóstolo Paulo se refere é o nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. Portanto, a promessa de Deus foi feita a Abraão e a Jesus Cristo.
João 1.17: Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo.
A Lei a que João se refere não foi dada aos gentios, mas aos judeus, e era o código de conduta, tanto moral, religiosa e civil de toda a nação de Israel. Romanos 3.2
Romanos 9.30 à 10.4
A súplica do apóstolo Paulo a Deus a favor dos judeus era para que eles fossem salvos. Para isso, os judeus teriam que renunciar sua justiça própria e sujeitar-se à justiça que vem de Deus por meio de Cristo Jesus. Por quê?
Porque o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê. Romanos 10.4.
A Lei tem o seu fim para todo aquele que crê em Cristo, pois quem crê unicamente em Cristo é justificado diante de Deus, não por obras da lei, mas pela fé no Filho de Deus. Gálatas 2.16
Não há três leis. A Lei da Velha Aliança é uma só, embora observadas de três maneiras: As Leis morais, que são os Dez Mandamentos que foram escritos pelo dedo de Deus em tábuas de pedra; e as Leis cerimoniais e civis, que foram escritas por Moisés em um livro.
Se é certo que há três leis, qual delas, então, conforme Colossenses 2.14, Jesus encravou na cruz, a moral, a cerimonial ou a civil? É certo que há uma só Lei, e foi esta que Jesus removeu inteiramente e a encravou (pregou) na cruz.
Em 2 Coríntios 3.1-11, o apóstolo Paulo contrasta as duas Alianças, a Velha (Lei) e a Nova (Graça). É inegável que os Dez Mandamentos, chamado aqui por Paulo de o “ministério da morte e da condenação”, se revestiu de tamanha glória a ponto de os filhos de Israel não poderem fitar a face de Moisés; porém, tratava-se de uma glória passageira, que ia desvanecendo (desaparecendo), até passar, para dar lugar à glória sobre-excelente e insuperável do “ministério do Espírito e da justiça”, que é permanente.
Portanto, Deus, em Cristo, nos habilitou para sermos ministros de uma Nova Aliança, não da letra, mas do Espírito; porque a letra mata, mas o Espírito vivifica. 2 Coríntios 3.6
Alguns dos falsos mestres mencionados por Paulo em suas cartas eram judeus que tentavam misturar a Lei e a Graça, o que é um grande problema. Ao tentarem fazer isso, sustentavam que a fé em Cristo não era suficiente para a salvação. Insistiam em pregar que os cristãos, judeus e gentios, deveriam ser circuncidados, guardar dias, abster-se de alimentos etc.
Infelizmente, este falso ensino também tem sua versão moderna, e é propagado através de diversos grupos de irmãos que ensinam que, embora a fé em Cristo seja necessária para a salvação, o cristão também deve desempenhar obras da Lei para alcançar a salvação e o favor de Deus.
Alguém não se torna cristão fazendo boas obras, mas pratica boas obras porque é cristão.
Jesus Cristo, e não a Lei, é a regra de vida de todo cristão.
A Lei condena à morte todos aqueles que não cumprem seus preceitos. Já sabemos que homem algum é capaz de cumprir toda a Lei. Portanto, todos os homens que vivem sob a Lei estão condenados à morte.
Paulo deixa bem claro, em Romanos 7.12,14, que não há nenhum problema e nada de errado com a Lei, pois ela é santa e espiritual; e o mandamento, santo, e justo, e bom. O problema não está na Lei, mas em nós, que somos carnais e vendidos à escravidão do pecado.
A Lei não morreu; nós, que cremos em Cristo, é que morremos para a Ela.
Temos que ter plena convicção de que a Lei não foi dada como meio de salvação e de justificação diante de Deus: Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie. Efésios 2.8,9
Atos 13.38,39: Tomai, pois, irmãos, conhecimento de que se vos anuncia remissão de pecados por intermédio deste [Jesus]; e, por meio dele [Jesus], todo o que crê é justificado de todas as coisas das quais vós não pudestes ser justificados pela lei de Moisés.
Romanos 3.19,20: Ora, sabemos que tudo o que a lei diz, aos que vivem na lei o diz para que se cale toda boca, e todo o mundo seja culpável perante Deus, visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado.
Gálatas 3.11: E é evidente que, pela lei, ninguém é justificado diante de Deus, porque o justo viverá pela fé.
A Lei revela o pecado, mas não o remove.
O apóstolo Paulo disse ao apóstolo Pedro, quando este se tornara repreensível, que até eles, que eram judeus, haviam discernido de que a salvação é pela fé em Cristo e não por guardar a Lei:
Gálatas 2.15,16: Nós, judeus por natureza e não pecadores dentre os gentios, sabendo, contudo, que o homem não é justificado por obras da lei, e sim mediante a fé em Cristo Jesus, também temos crido em Cristo Jesus, para que fôssemos justificados pela fé em Cristo e não por obras da lei, pois, por obras da lei, ninguém será justificado.
Gálatas 2.21: Não anulo a graça de Deus; pois, se a justiça é mediante a lei, segue-se que morreu Cristo em vão.
Mas será que não precisamos mais ler e meditar nas Escrituras da Velha Aliança? Claro que precisamos!
Ainda que a Velha Aliança não tenha sido escrita diretamente a nós, gentios, ela contem lições e princípios de Deus para todos os cristãos em todas as épocas. Ela é uma fonte de princípios, lições e exemplos práticos para nossa vida.
Romanos 15.4: Pois tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança.
Sabemos que a Lei não foi dada como meio de salvação, mas as Escrituras da Velha Aliança foram escritas para o nosso ensino. Nelas encontramos lições valiosas para nós. Elas também nos ensinam a permanecer firmes nas adversidades, nos consola e nos fortalece. Elas contêm ensinamentos que se aplicam a nós, como por exemplo, não cobiçar as coisas más como os israelitas cobiçaram.
1 Coríntios 10.6: Ora, estas coisas se tornaram exemplos para nós, a fim de que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram.
Resumidamente, sabemos que para alguém ser salvo e se tornar filho de Deus é preciso: Crer unicamente em Jesus; confessá-Lo como Senhor e Salvador; nascer de novo para Deus. João 1.12,13; Gálatas 3.26,27; João 3.5,6; Romanos 10.9,10
Como os cristãos judeus, que viviam sob o regime da Lei (legalistas), e os cristãos gentios, que eram idólatras, podiam testemunhar o Evangelho da graça de Deus?
Os judeus: Assim como o apóstolo Paulo, que era judeu e mestre da Lei, morreu para a Lei a fim de viver para Deus, é evidente que todo judeu, para testemunhar o Evangelho da graça de Deus, também precisa morrer para a Lei a fim de viver para Deus.
Gálatas 2: 19 Porque eu [Paulo], mediante a própria lei, morri para a lei, a fim de viver para Deus. Estou crucificado com Cristo; 20 logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim. 21 Não anulo a graça de Deus; pois, se a justiça é mediante a lei, segue-se que morreu Cristo em vão.
Atos 20.24: Porém em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus.
Os gentios: Os gentios, antes da fé em Cristo, eram idólatras e acreditavam em muitos deuses e deusas, santos e santas, espíritos e fantasmas, bruxas e gnomos, sol e lua etc., e observavam diversos ritos e ordenanças de inúmeras crenças, até mesmo da Lei dos judeus. Eles também, assim como os judeus, precisam morrer para tudo aquilo que até então acreditavam, a fim de viverem unicamente pela fé no Filho de Deus.
Colossenses 2: 20 Se morrestes com Cristo para os rudimentos do mundo, por que, como se vivêsseis no mundo, vos sujeitais a ordenanças: 21 não manuseies isto, não proves aquilo, não toques aquiloutro, 22 segundo os preceitos e doutrinas dos homens? Pois que todas estas coisas, com o uso, se destroem.
Como temos visto até aqui, o cristão legalista precisa se libertar do jugo da Lei, sem, contudo, cair na armadilha da graça barata.
Será que o cristão pode fazer o que bem entende de sua vida por estar morto para a Lei e os rudimentos do mundo?
Obrigado Senhor!
Continua…
Esta mensagem foi pregada por Paulo Durvanier Moreira Filho, pastor, no dia 14/07/2019 (domingo), às 9:00 horas, no MAC Vila Barros – Guarulhos – SP.
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