Graça e verdade – continuação.

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No texto de João 1.14-17, a expressão “graça e verdade” aparece duas vezes:
V.14: E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.
V.17: Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo.

A graça e a verdade aparecem juntas; e não é por acaso que João menciona primeiro a graça e depois a verdade. A graça e a verdade estão na Pessoa de Jesus Cristo.
A lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio do Único que está cheio delas: O Verbo que se fez carne, o unigênito do Pai, Jesus Cristo.
Somente quando Jesus manifestou-se em nossas vidas é que passamos a conhecer e receber Sua graça e Sua verdade.

Por que a graça vem antes da verdade?
Porque é pela graça que o Senhor, primeiramente, se manifesta ao pecador; porque é pela Sua graça que o pecador é salvo (Efésios 2.5,8); porque não há como se libertar do pecado por esforços e méritos próprios, senão pela graça de Deus.
Assim, se não houvesse graça, todos os pecadores estariam perdidos.

Não conhecíamos Jesus antes de nos converter, talvez apenas de ouvir falar. Mas a primeira coisa que Ele manifestou a nós quando O conhecemos foi Sua graça.
Jesus nos encontrou mortos em nossos próprios delitos e pecados, completamente perdidos nas trevas, totalmente separados de Deus, merecedores do inferno e da condenação eterna, sem nenhuma possibilidade de nos livrar de tão trágica e terrível condição. Foi nestas condições que Ele nos encontrou e manifestou a nós a Sua maravilhosa graça.

Necessitamos da graça, pois sem ela não poderíamos sequer estar de pé.
Mas necessitamos conhecer também a verdade manifestada por meio de Jesus.
A verdade (realidade) complementa a graça.
Em Jesus não há falsidade, engano ou aparência. Ele é a expressão exata da verdade, da realidade perfeita. Tudo Nele é verdadeiro e real.

Quando nos convertemos, recebemos da plenitude da graça do Senhor; porém, nenhum de nós conhecia a si mesmo.
Sim, pela graça fomos recebidos, salvos, perdoados, livres da condenação, curados, justificados, sem, contudo, conhecermos a nós mesmos.
Por isso, não necessitamos conhecer apenas a graça, mas também a verdade.
E passamos a conhecer a nós mesmos quando a verdade se manifesta a nós. Quando a verdade se manifesta a nós, toda realidade sobre nós, pecadores, é descoberta, é revelada.
Começamos a descobrir que em nossa vida há uma mistura de verdade e de mentira. Que há em nós o que é verdadeiro e também o que não é verdadeiro. Que somos o que verdadeiramente somos, mas também aparentamos ser o que não somos; porque nem sempre o que verdadeiramente somos é o que aparentamos ser.

É terrível não conhecer a si mesmo, não conhecer a realidade do “eu”.
Cada um de nós tem um elevado conceito de si mesmo: Eu sou dez; eu sou o máximo; eu sou o melhor e mereço o melhor; etc.
Temos muita facilidade de enxergar os erros dos outros, mas muita dificuldade de enxergar os nossos próprios erros.
Realmente, estamos cheio da graça, mas deficientes da verdade, principalmente a respeito de nós mesmos.

Conhecer a nós mesmos pela verdade que vem por meio de Jesus é um processo que pode durar a vida toda. Trata-se de um processo maravilhoso, mas também doloroso algumas vezes.
Sentimo-nos perplexos à medida que vamos descobrindo o quanto somos pecadores, maus, injustos e hipócritas. Talvez até já tenhamos nos questionados: Por que Jesus me escolheu sabendo que sou pecador, mau, injusto e hipócrita?
Jesus não nos escolheu porque éramos os melhores, porque estávamos acima da média, porque éramos santos e irrepreensíveis, porque O surpreendíamos com nossas obras e palavras. Não, não foi por isso que Ele nos escolheu. Ele nos salvou e nos escolheu porque nos amou, sendo nós ainda pecadores (Romanos 5.8). Pela Sua graça é que fomos salvos.

Jesus nos amou e nos salvou da condição terrível em que nos encontrávamos. Tal como éramos e na condição em que estávamos, foi assim que Ele nos amou, nos salvou e nos escolheu.
Jesus não nos salvou apenas para sermos salvos e conhecer a Sua maravilhosa graça, mas também para conhecer Sua verdade; conhecer a graça e a verdade juntas, jamais separadas uma da outra. As duas juntas nos transformam em novas pessoas, conforme a imagem e semelhança de Jesus, nosso Senhor e Salvador, que é cheio de graça e de verdade.

Em João 1.14-17, a palavra “graça” aparece quatro vezes, e a palavra “verdade” duas vezes.
No versículo 16 não está escrito “verdade sobre verdade”, e sim, “graça sobre graça”. Por quê?
Porque sempre, para cada verdade trágica a nosso respeito, haverá graça sobre graça para nos salvar, nos curar e transformar nossas vidas.
A verdade dói, nos machuca, nos ofende e nos aborrece quando por ela somos confrontados acerca dos nossos pecados; mas a graça, por sua vez, nos cura.
Jesus é uma fonte inesgotável de graça: graça sobre graça. Por isso, não importa o tamanho do nosso pecado e da nossa necessidade, sempre haverá graça suficiente Nele para nós.

O desejo de Deus Pai é que cada um de nós seja cheio da graça e da verdade que está em Jesus, Seu Filho amado.
Uma das características dos filhos de Deus é ser cheio da graça e da verdade de Jesus.
Segundo os Evangelhos, houve pessoas que se encontraram com Jesus e receberam Dele graça e verdade; não receberam apenas de Sua graça, mas também de Sua verdade. Por exemplo, no Evangelho de João, encontramos o relato das seguinte pessoas: Nicodemos: João 3.1-21; a mulher samaritana: João 4.1-30; o paralítico do tanque de Betesda: João 5.1-18; a mulher adúltera: João 8.1-11; o cego de nascença: João 9.1-41; Lázaro: João 11.1-46.

E nós, temos nos encontrado com Jesus e recebido Dele graça sobre graça, e também de Sua verdade?
A graça sempre me recebe, na condição em que me encontro, e não me condena; e a verdade sempre me exorta, dizendo-me: Vai e não peques mais.

Obrigado Senhor.

Esta mensagem foi pregada por Paulo Durvanier Moreira Filho, pastor, no dia 17/03/2019 (domingo), às 9:00 horas, no MAC Vila Barros – Guarulhos – SP.

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